Um néctar Compal pode ter entre 40 e 65 por cento de água. A fruta tem o grande destaque, mas não ignoremos o papel da água: é capaz de alterar sabores e é essencial ao embalamento assético dos sumos, que lhes permite uma validade longa, sem recurso a conservantes. Com um papel tão importante em todo o processo de fabrico, só podemos manter respeito por este bem finito e, por isso, a fábrica da Compal, em Almeirim, faz um esforço contínuo para poupar mais água e devolvê-la ao ambiente sem prejudicar a natureza.
A água adicionada à fruta para fazer néctares e sumos exige uma qualidade extrema. É para consumo humano e, não só existe legislação apertada sobre as suas características, como é sujeita a um tratamento rigoroso desde que sai dos furos da Sumol+Compal até incorporar bebidas.
Um banho de boas-vindas
A água que entra nas receitas das bebidas não é, no entanto, a única na fábrica da Compal. Há água em quase todos os momentos da fábrica, desde o instante em que a fruta — ou os vegetais da Compal da Horta — entram no circuito de transformação. O caso do tomate é bem exemplificativo de como a água pode ajudar a manter a qualidade dos produtos até nos aspetos mais surpreendentes. Como é um fruto sensível tem de ser recebido por tanques e tubagens de água corrente. Só com estes circuitos que criam uma espécie de amortecimento pela água é possível garantir que o tomate se mantém em boas condições até ao momento da extração do sumo e polpa.
Para as restantes frutas, a água está presente na sua lavagem, claro — além da lavagem das máquinas de extração do sumo — e no tratamento das leguminosas ela volta a assumir um papel essencial na transformação dos produtos.
As leguminosas como o grão de bico e os vários tipos de feijão chegam secos e desidratados a Almeirim e, na fábrica, são demolhados (um procedimento muito semelhante ao que se faz em casa, antes de cozer estes ingredientes). Na cozedura, a água é, naturalmente, fulcral, uma vez que, tal como numa cozedura caseira, as leguminosas são cozinhadas apenas com água e sal. A diferença está num processo rígido de temperaturas e selagem, que permite a sua conservação durante vários meses nas dispensas do consumidor.
Otimizar o consumo de água
Este é um dos processos que tem sido mais importante no caminho da eficiência e da poupança de água na Compal. Medidas como a redução do tempo de demolho dos vegetais levaram a fábrica da Compal a otimizar, entre 2016 e 2019, em 30% o consumo de água. Mesmo com o aumento do consumo de vegetais enlatados, devido à pandemia, e consequente aumento do consumo de água na fábrica, foi possível melhorar a eficiência do uso de água em 29% (comparando o primeiro semestre de 2021 com o período homólogo de 2020).
Isto foi possível também graças a alguns sistemas — entre outros — de reaproveitamento e recirculação de águas. Numa linguagem mais simples: há processos em que a água não entra em contacto com as matérias primas e serve apenas, por exemplo, para refrigerar os sumos. Neste sistema, a água pode circular várias vezes, entre as torres de arrefecimento e o exterior das embalagens de bebida, evitando o seu descarte precoce.
À primeira vista, pode parecer um processo sem grande impacto, mas é graças a ele que temos uma conservação segura das bebidas. Na fábrica dos líquidos, vidros, PET e Tetra Pak são enxaguadas e aquecidas com vapor ou passam por um processo de enchimento a quente e, depois disto, a temperatura tem de ser diminuída rapidamente — mais uma vez com recurso à água. Tudo isto elimina microorganismos. Sem água, estender prazos de validade de forma natural não seria possível.
E depois de todo o trabalho feito?
Como se vê, a Compal está dependente da água e da sua qualidade — como estamos todos. A consciência de que é imprescindível cuidar deste recurso e das bacias hidrográficas está sempre presente. É a razão principal para a Compal ter promovido estudos com entidades como a Associação Natureza Portugal/WWF ou o IST para conhecer o estado da bacia hidrográfica do Tejo-Sado.
As águas usadas na fábrica têm de ser devolvidas à natureza no final do seu ciclo de uso. Com todos os processos por que passaram — lavagem das frutas e das máquinas, processamento das frutas, aquecimento e arrefecimento das embalagens — é essencial garantir que esta reintegração no ambiente não terá impactos nocivos. Todas as águas passam pela Estação de Tratamentos de Águas Residuais (ETAR).
Aqui são vários os processos de tratamento — desde a crivagem, que separa resíduos sólidos de maior dimensão, à decantação das cargas orgânicas. Pelo meio, passam por lagoas de arejamento, onde a matéria orgânica oxida e assim pode ser melhor separada da água, que será por fim devolvida ao meio hídrico.
Ao todo, no final de cada um destes passos, cada litro de produto que sai da fábrica de Almeirim precisou de 5,9 litros de água para chegar ao consumidor. É um valor médio que varia não só com o produto, mas também com a altura do ano — nas épocas de campanhas da fruta, no verão, há um maior esforço de lavagem e de transformação nas linhas da fruta. É sobretudo um número que impõe a responsabilidade de um uso eficiente e sustentável da água.
Saiba como a sustentabilidade faz parte da Compal!