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É um dos frutos mais misteriosos que conhecemos. Apesar da sua antiguidade, o Figo da Piteira começa logo a surpreender-nos pelos múltiplos nomes que assume. Pode ser figo-da-Índia, talvez o mais comum a nível internacional, tabaibo, figo-do-diabo, figo-da-tuna, figo-da-palma ou figo-da-pala. Esta diversidade nominativa estende-se a todos os outros aspetos deste fruto.

São também diversas as suas riquezas nutricionais, medicinais, cosméticas, bem como é diversa a sua própria história. Diz-se ainda que tem um sabor indescritível, a frutos exóticos, sendo o seu cheiro familiar ao do pepino. A própria cor também varia consoante a região que o vê florescer: pode ser verde, amarelo, salmão, castanho ou encarnado…

É, por tudo isto, um quebra-cabeças, este Figo da Piteira. Ainda pouco conhecido em Portugal, diz-se que a sua origem remonta há 9 mil anos no México, tendo sido trazido para a Europa durante a epopeia marítima, há cerca de 1.500 anos, pelos exploradores que andavam a desbravar o mundo. O seu nome científico é opuntia ficus-indica, uma espécie de cato comum em regiões semi-áridas, sendo, por isso, mais frequente encontrá-la no nosso país em território alentejano e algarvio.

Figo da Piteira: Propriedades
Pouco atrativo por fora, com uma aparência nada convidativa e ainda por cima espinhosa, o Figo da Piteira dá razão ao ditado “as aparências iludem”. Rico em potássio e magnésio, leva ainda ao organismo bons níveis de cálcio, vitaminas A, B1, B2 e C, além de minerais essenciais.

As suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e de anti-envelhecimento fazem desta fruta uma caixinha de surpresas em benefícios. É diurética, ajuda a controlar o colesterol, pode prevenir úlceras já que serve como calmante do estômago, protege o fígado, potencia o sistema imunitário, é indicada para o tratamento de doenças urinárias, coronárias e respiratórias. Estas são algumas das potencialidades desta fruta exótica, que pode ser ingerida em sumos, compotas, infusões ou até de forma farmacológica.

Mas as suas qualidades não se ficam por aqui. O Figo da Piteira está presente em muitas fórmulas de creme anti-envelhecimento ou hidratantes, e em champôs, sobretudo que previnem a queda de cabelo.
                       

Figo da Piteira do Alentejo: Do planalto para a mesa dos portugueses
Em Portugal, o Figo da Piteira existe desde sempre no Alentejo, onde se presta a vários usos: o fruto e as palmas são usadas para a alimentação, a flor para infusões e outros fins terapêuticos e as sementes são usados para a produção de óleos de cosmética e também medicinais.

Noutros tempos, estes cactos chegaram mesmo a servir para delimitar as propriedades alentejanas, uma vez que os seus espinhos tinham a mesma funcionalidade que o arame farpado, por exemplo. Também eram usados na alimentação do gado, bastava migar as suas palmas, adicionar-lhes farinha e serviam de repasto sobretudo a porcos e perus.

É do Alentejo, nomeadamente de Cortiçadas de Lavre, de uma produção sustentável e sem desperdício, onde as palmas são usadas para alimentação e as sementes para óleo, que vêm os Figos da Piteira, com certificação biológica, para os néctares Compal. Mais uma curiosidade? A apanha deste fruto tem de ser feita à noite, pois é nessa altura que os picos da casca amolecem.

                         
                             

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